Mostrando postagens com marcador James Dashner. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador James Dashner. Mostrar todas as postagens

sábado, 2 de janeiro de 2016

O mundo é virtual, mas o perigo é real!


Título: O Jogo Infinito (The Eye of Minds); Autor: James Dashner; Páginas: 300 Editora: V&R; Ano: 2013;
O Jogo Infinito é o primeiro volume da trilogia  A Doutrina da Morte, escrita por James Dashner (mesmo autor da série de sucesso Maze Runner) e ambientada num universo futurista em que a realidade virtual já é algo não somente comum, mas parte significante da vida das pessoas, cada vez mais dependentes e participantes desse modo de vida.

Esta realidade virtual, consiste na imersão dos jogadores num ambiente chamado VirtNet, que seria como um mundo programado para que os jogadores entrem e vivam suas experiências nos ilimitados espaços e jogos que essa tecnologia pode oferecer. Contudo, a diversão dentro desse ambiente fica comprometida quando Kane, um jogador misterioso, começa a prender jogadores dentro da VirtNet, fazendo com que vários deles apareçam mortos em seu caixão (nome do aparelho usado para se conectar ao jogo).

O governo começa a tomar providências para deter esse hacker, e para isso sabe que a melhor alternativa é contratar outros hackers. É assim que Michael e seus dois amigos Sara e Bryson são elencados para a função de encontrar e eliminar Kane, por suas exuberantes habilidades de hackear o jogo. Okay, bacana, legal. Mas aí está a primeira coisa que me incomodou de cara nesse livro: os três são adolescentes.


É fato que, na maioria das aventuras infanto-juvenis que nos cativam desde o seu lançamento, os protagonistas e grandes detentores do poder e missão de salvar o mundo (ou coisa assim) têm tão pouca idade quanto o trio do livro, mas ao contrario destes, Michael e seus amigos não possuem nenhuma habilidade congênita ou que qualquer um outro jogador não tenha, seu destino não foi providenciado por uma profecia ou qualquer outra coisa que o diferenciasse dos outros. Sendo assim, por que entre bilhões de seres humanos adeptos do jogo na face da terra, o governo escolheria logo três crianças para assumir uma responsabilidade tão perigosa?

Ainda com esse erro gravíssimo eu confesso que gostei da proposta e da narrativa da história, que é bastante fluida e me permitiu terminar o livro de trezentas páginas em pouquíssimo tempo. James Dashner envolve em seu universo um leque de novos termos e usos da língua convenientes ao jogo, que embora meio confusos no começo do livro vão se esclarecendo ao longo da estória.


É um livro composto por mistério e aventura. Várias pistas são dadas ao longo do livro de modo a entreter e fazer o leitor se sentir cada vez mais perto da conclusão final – embora não esteja, de fato –. Contudo, o autor peca em aproveitar muito mal um universo de infinitas possibilidades que se espera de uma realidade virtual, fazendo com que esta pareça mais um cenário de ficção fantástica.
Nota-se certo apelo em fazer as personagens centrais se parecerem com os trios carimbados da literatura infanto-juvenil, como HarryXRonyXHermione e PercyXAnnabethXGrover, quando na verdade a protagonista é muito vazia e os secundários Sara e Bryson cativam muito mais embora tenham sido mal trabalhados ao longo da aventura.

Sobre a conclusão do livro, é um grande BOOM aos olhos do leitor, porque é algo totalmente inesperado, e diferente da opinião de outras pessoas que leram e resenharam o livro eu acredito que faz bastante sentido e não é nada óbvio. Honestamente, foi uma coisa bastante inteligente e aparentemente planejada desde o começo da narrativa, e fez a leitura valer a pena.

Embora ainda não tenha lido Maze Runner, eu esperava mais de um livro de James Dashner, de acordo com as opiniões de muitos amigos que o têm como escritor favorito, e assim não desmereço o sucesso da outra saga – e tampouco dessa, que considerei razoável e intrigante, com seus muitos pontos a melhorar. 

— Existem coisas piores que a morte, Michael – ela falou, franzindo a testa.