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Título: O Jogo Infinito (The Eye of Minds); Autor: James Dashner; Páginas: 300 Editora: V&R; Ano: 2013; |
O Jogo Infinito é o primeiro
volume da trilogia A Doutrina da Morte, escrita por James Dashner (mesmo autor da
série de sucesso Maze Runner) e ambientada num universo futurista em que a
realidade virtual já é algo não somente comum, mas parte significante da vida
das pessoas, cada vez mais dependentes e participantes desse modo de vida.
Esta realidade virtual, consiste
na imersão dos jogadores num ambiente chamado VirtNet, que seria como um mundo
programado para que os jogadores entrem e vivam suas experiências nos
ilimitados espaços e jogos que essa tecnologia pode oferecer. Contudo, a
diversão dentro desse ambiente fica comprometida quando Kane, um jogador
misterioso, começa a prender jogadores dentro da VirtNet, fazendo com que
vários deles apareçam mortos em seu caixão (nome do aparelho usado para se
conectar ao jogo).
O governo começa a tomar
providências para deter esse hacker, e para isso sabe que a melhor alternativa
é contratar outros hackers. É assim que Michael e seus dois amigos Sara e
Bryson são elencados para a função de encontrar e eliminar Kane, por suas
exuberantes habilidades de hackear o jogo. Okay, bacana, legal. Mas aí está a
primeira coisa que me incomodou de cara nesse livro: os três são adolescentes.
É fato que, na maioria das
aventuras infanto-juvenis que nos cativam desde o seu lançamento, os
protagonistas e grandes detentores do poder e missão de salvar o mundo (ou
coisa assim) têm tão pouca idade quanto o trio do livro, mas ao contrario
destes, Michael e seus amigos não possuem nenhuma habilidade congênita ou que
qualquer um outro jogador não tenha, seu destino não foi providenciado por uma
profecia ou qualquer outra coisa que o diferenciasse dos outros. Sendo assim,
por que entre bilhões de seres humanos adeptos do jogo na face da terra, o
governo escolheria logo três crianças para assumir uma responsabilidade tão
perigosa?
Ainda com esse
erro gravíssimo eu confesso que gostei da proposta e da narrativa da história,
que é bastante fluida e me permitiu terminar o livro de trezentas páginas em
pouquíssimo tempo. James Dashner envolve em seu universo um leque de novos
termos e usos da língua convenientes ao jogo, que embora meio confusos no
começo do livro vão se esclarecendo ao longo da estória.
É um livro
composto por mistério e aventura. Várias pistas são dadas ao longo do livro de
modo a entreter e fazer o leitor se sentir cada vez mais perto da conclusão
final – embora não esteja, de fato –. Contudo, o autor peca em aproveitar muito
mal um universo de infinitas possibilidades que se espera de uma realidade
virtual, fazendo com que esta pareça mais um cenário de ficção fantástica.
Nota-se certo
apelo em fazer as personagens centrais se parecerem com os trios carimbados da
literatura infanto-juvenil, como HarryXRonyXHermione e PercyXAnnabethXGrover,
quando na verdade a protagonista é muito vazia e os secundários Sara e Bryson
cativam muito mais embora tenham sido mal trabalhados ao longo da aventura.
Sobre a
conclusão do livro, é um grande BOOM aos olhos do leitor, porque é algo totalmente
inesperado, e diferente da opinião de outras pessoas que leram e resenharam o
livro eu acredito que faz bastante sentido e não é nada óbvio. Honestamente,
foi uma coisa bastante inteligente e aparentemente planejada desde o começo da
narrativa, e fez a leitura valer a pena.
Embora ainda
não tenha lido Maze Runner, eu esperava mais de um livro de James Dashner, de
acordo com as opiniões de muitos amigos que o têm como escritor favorito, e
assim não desmereço o sucesso da outra saga – e tampouco dessa, que considerei
razoável e intrigante, com seus muitos pontos a melhorar.
— Existem coisas piores que a morte, Michael – ela falou, franzindo a testa.